Antes de começar, quero dividir uma atualização. Eu havia me proposto a enviar um email toda segunda-feira. Mas nas últimas semanas percebi que o melhor dia para mim não é segunda-feira, e sim terça.
Eu estou neste momento optando por escrever os textos no momento em que os envio, para que o conteúdo tenha mais vida e os textos representem minhas reflexões do momento e por isso fiz este ajuste.
Agora vamos à reflexão da semana.
Quem me acompanha há um tempo deve ter percebido a mudança no meu posicionamento e na minha forma de me comunicar. Antes eu escrevia basicamente sobre autoconhecimento e espiritualidade. Mas conforme ia me aprofundando no meu autoconhecimento, fui entendendo a necessidade de me envolver em outras questões que não diziam respeito somente a mim. Então compreendi uma mudança em curso, onde eu não me sentia mais alguém que fala sobre autoconhecimento, mas sim sobre consciência. E isso envolve a consciência de si e a consciência do mundo. Isso sem deixar de lado o que já fazia, apenas ampliando essa percepção para integrar tudo.
Para explicar melhor esta mudança, quero dividir um processo que tem acontecido aqui. Nas minhas auto observações, tenho tido contato com emoções muito profundas e sentimentos que eu costumava ignorar, como minha raiva e minha tristeza por exemplo. Ao mergulhar nelas, fui percebendo que elas estavam ligadas não só a coisas que vivi no meu passado, como também a sentimentos meus em relação ao mundo.
E foi assim que fui compreendendo que muita dessa tristeza e dessa raiva vinha da relação dos seres humanos com a natureza. Percebi como me dói o coração ver árvores sendo derrubadas e o desmatamento acontecendo.
Alguns anos atrás, vendo algumas notícias sobre as queimadas na Amazônia, me questionei: "O que eu posso fazer a respeito". E aí veio aquela voz interna com uma resposta muito clara e muito simples: "Essa terra que você está pisando é a mesma Terra da Amazônia. Cuidar dela é a mesma coisa que cuidar da Amazônia."
Foi assim que eu me dei conta de que ao invés de ficar sonhando em um dia poder ajudar na Floresta Amazônica, eu poderia começar a cuidar do jardim da minha casa. Decidi começar aprendendo a plantar.
Ao aprender a plantar, aprendi a cuidar do solo. Cuidar do solo é cuidar da terra e cuidar da Terra. Não é à toa que nosso planeta tem o mesmo nome do nosso chão.
O contato com a Terra é fundamental para nós humanos. Quem vive num apartamento, como eu vivi muito anos, perde um pouco dessa conexão com o solo. E aí o que pode ser feito é ter um vaso com terra e plantas ou cuidar da área comum do prédio, ou mesmo de uma praça.
Fazendo isso, estaremos cuidando juntos da terra, da Terra e da Amazônia também.
Conforme vamos nos aprofundando nessa relação com a terra, nossa relação com a natureza vai se transformando e vamos nos sentindo cada vez mais parte, curando parte dessa doença que é a ilusão da separação.
A consequência disso é se importar mais com as questões ambientais. Vamos aprendendo a cada passo dessa caminhada e expandindo nossa consciência sobre os desafios que temos no planeta.
Eu tenho sentido um certo desespero com a questão climática. Descobri que existe até um nome para isso: "ansiedade climática". Talvez você também esteja sentindo isso ultimamente. Eu penso que é uma dor da nossa alma, ou a dor da própria natureza em nós.
Mas ao mesmo tempo que sinto essa emergência, me sinto empolgado por aprender a plantar e por querer cuidar cada vez melhor da terra, dos espaços que tenho e da minha alimentação. Quando eu sei qual a parte que me cabe, eu fico mais em paz com esse desespero e me sinto menos impotente.
E é por isso que eu divido essa reflexão com você.
Cuidar da terra não é algo que podemos fazer sozinhos. É algo que precisa ser feito coletivamente. Precisamos de mais braços.
Meu desejo é que este texto te inspire uma ação e uma mudança em pequenos comportamentos que podem fazer a diferença na sua vida. E isso vai fazer a diferença para todos nós.
Não precisamos de pessoas que produzam mais. Precisamos de pessoas que cuidem mais. E o que é mais urgente do que cuidar da natureza?
Eu te agradeço por você fazer sua parte.
Gustavo Tanaka
PS. Neste momento existe uma luta em andamento, porque os nossos povos originários, que são os guardiões da natureza, estão com uma ameaça real de perder território. Se você não está muito por dentro do que está acontecendo, e toda essa história de marco temporal, recomendo ler este link e também seguir páginas que falam sobre consciência do meio ambiente.
PS2. Se você tiver dicas de conteúdos e perfis sobre cuidado com a natureza, compartilha comigo que é sempre bom conhecer mais. Na próxima newsletter eu recompartilho aqui algumas das dicas que recebi :)